ATA DA DÉCIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 16-3-2016.

 


Aos dezesseis dias do mês de março do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dinho do Grêmio, Dr. Raul Fraga, Dr. Thiago, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram Adeli Sell, Airto Ferronato, Delegado Cleiton, Guilherme Socias Villela, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol e Séfora Gomes Mota. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº 023/16 (Processo nº 0299/16), de autoria de Dinho do Grêmio; os Projetos de Lei do Legislativo nos 239 e 282/15 (Processos nos 2432 e 2858/15, respectivamente), de autoria de Elizandro Sabino; o Projeto de Lei do Legislativo nº 040/16 (Processo nº 0497/16), de autoria de Mônica Leal; o Projeto de Lei do Legislativo nº 036/16 (Processo nº 0420/16), de autoria de Raul Fraga; e o Projeto de Resolução nº 051/15 (Processo nº 2726/15), de autoria de Reginaldo Pujol. Após, foi apregoado o Ofício nº 225/16, do Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 005/16 (Processo nº 0591/16). A seguir, o Presidente declarou empossado na vereança, em substituição a Alberto Kopittke, o suplente Adeli Sell, informando que Sua Senhoria integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Adeli Sell, Rodrigo Maroni e Clàudio Janta. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria de Elizandro Sabino, Líder da Bancada do PTB, solicitando Licença para Tratamento de Saúde para Dr. Goulart do dia quatorze ao dia vinte e oito de março do corrente. Às quatorze horas e quarenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum deliberativo, foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Reginaldo Pujol, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 101/13 (Processo nº 1172/13), considerando-se mantido o Veto Total oposto, por nove votos SIM, quinze votos NÃO e sete ABSTENÇÕES, após ser discutido por Clàudio Janta, Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon, Engº Comassetto, Prof. Alex Fraga, Adeli Sell e Bernardino Vendruscolo e encaminhado à votação por Clàudio Janta, Fernanda Melchionna e Sofia Cavedon, tendo votado Sim Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro, Prof. Alex Fraga e Tarciso Flecha Negra, votado Não Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Dinho do Grêmio, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota e Waldir Canal e optado pela Abstenção Adeli Sell, Dr. Raul Fraga, Engº Comassetto, Idenir Cecchim, Marcelo Sgarbossa, Reginaldo Pujol e Sofia Cavedon. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Mendes Ribeiro, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 016/15 (Processo nº 1273/15), considerando-se mantido o Veto Total oposto, por dezesseis votos SIM, sete votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, após ser discutido por Reginaldo Pujol, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, tendo votado Sim Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Dinho do Grêmio, Dr. Thiago, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal, votado Não Adeli Sell, Dr. Raul Fraga, Fernanda Melchionna, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e optado pela Abstenção Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Idenir Cecchim e Séfora Gomes Mota. Às dezesseis horas e seis minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, em verificação solicitada por Kevin Krieger, foi encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/16, os Projetos de Lei do Legislativo nos 296/15, este discutido por Dr. Raul Fraga, Clàudio Janta e Engº Comassetto, 013/16, este discutido por Engº Comassetto, e 017/16; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 014/16, os Projetos de Lei do Legislativo nos 264 e 294/15 e 018/16. Na ocasião, foi apregoado documento de autoria de Marcelo Sgarbossa, informando, nos termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento, sua participação, no dia dez de março do corrente, no 1º Fórum Extremo Sul – Ciclo Mobilidade –, em Rio Grande – RS. Durante a Sessão, Reginaldo Pujol e Waldir Canal manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezesseis horas e vinte e seis minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a próxima sessão ordinária. Os trabalhos foram presididos por Cassio Trogildo e secretariados por Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Tendo em vista o pedido de licença do Ver. Alberto Kopittke, a Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Adeli Sell, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana – CEDECONDH.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Boa tarde, Sr. Presidente, colegas Vereadores, senhoras e senhores, estou voltando com mais humildade do que a primeira vez, mais calejado, certamente, consciente e orgulhoso pelo que fiz e ainda farei – do muito que construí nos quatro mandatos anteriores. Assim também foram as minhas construções fora da vereança, seja nos governos municipal, estadual e na iniciativa privada. Muito do que fiz foi porque conheço o espírito gaúcho e dos que de fora chegam, tornando-se e se fazendo gaúchos por opção, como é o meu caso e de muitos outros, inclusive colegas Vereadores.

Embrenhei os caminhos desse espírito para entender as necessidades do povo múltiplo e complexo, mas jamais impermeável. Sei que tenho que escutar mais para aprender mais, para poder agir com mais vigor, mostrar que nossos sonhos são possíveis, pois nós podemos mais, nós devemos conseguir mais, depende de nossas ações, da nossa ousadia e da nossa determinação. Com essa visão, estou voltando. Sem os sectarismos, quero debater diferenças e construir aproximações e quiçá consensos, pois esses têm a energia da soma. Não me é possível ser condescendente com o atraso, o conservadorismo, com o sectarismo. Porém, não sou o dono da verdade, apesar de sempre caminhar em busca dela, custe o que custar.

Combaterei todas aquelas ideias e ações que venham a colocar em risco a dignidade da pessoa humana e buscarei pelas formas legais e corretas a garantia dos direitos fundamentais. Aqui construímos leis, revogamos algumas, buscamos a justiça para nossos concidadãos. Lembro que a justiça sustenta em uma das mãos a balança com que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. Eis o meu espírito de luta e ação. Ser parlamentar para o senso comum é avolumar projetos de lei, pedidos de indicações, homenagens em seu currículo. Por minha feita, estou convencido de que, antes de fazer novas leis, é preciso espanar e limpar tudo o que é estorvo legiferante.

Uma tarefa que pretendo realizar é rever vários aspectos da nossa legislação que estão perturbando a vida do cidadão. Minhas reflexões na externalidade da Casa me fizeram mais maduro. Aprendi que é necessário ser atento aos limites da Administração pública para interagir com a esfera pública, pensar em um estado no tamanho das necessidades. Já na esfera pública, as ações são amplas e de infinitas possibilidades.

Penso também que nada se pode fazer sem a estrutura da Câmara, a começar pelo seu principal capital, que são seus servidores. O mesmo eu diria do Executivo. Por isso, mais do que no passado, terei o olhar e a escuta na potência máxima para defender o interesse dos trabalhadores do serviço público.

Neste ano, estamos comemorando 244 anos de Porto Alegre, 15 anos do Estatuto da Cidade, mais um ano do Estatuto das Metrópoles. Portanto, aguardem múltiplas ações minhas nas áreas urbanística, ambiental e da mobilidade.

Em 2009, publiquei um livreto chamado “Porto Alegre, a Modernidade Suspensa”. Avaliava que havia, na Cidade, um corte no processo de modernização, colocando em risco os avanços que vinham de Theodor Wiederspahn, Joseph Franz Seraph Lutzenberger, Marcos David Heckman, Fernando Corona, entre outros. Passados poucos anos, amadureci minha convicção de que o processo de urbanismo e de modernização começa um processo de perigosa regressão estética, ambiental e urbanística. Porto Alegre continua de costas para o Guaíba. Abandonou o processo de democratização e descentralização da cultura, os telecentros, as praças, os parques. Dói na alma ver e observar, em nossas andanças, os desvalidos jogados na calçada. A morte ronda pessoas corroídas por doenças mentais, pelo consumo de drogas, pelo abandono. Por isso, os sussurros dos desesperados somente serão ouvidos se eles forem ampliados pela nossa fala desta tribuna e nas exigências de ações por quem de dever cabe agir. Inspirando-me em Mário Quinta, eu lhes digo: “Sinto uma dor infinita/ das ruas de Porto Alegre/ onde jamais passarei./ Há tanta esquina esquisita,/ há tanta nuança de paredes,/ há tanta...” Há tanta sujeira nas ruas, nas calçadas, pichações, coisas quebradas e partidas, abandonas, desleixadas... Sinto uma dor infinita pelas ruas que passo... Voltando ao passado, aqui apresentei ideias de projeto de lei sobre os desmanches. Nunca consegui aprovar esta lei. Agora, voltando, vejo que o grito de então ainda ecoa, com ações reais acontecendo pela SMIC e pela Brigada Militar.

Eu, depois, vou distribuir tudo aquilo que gostaria de falar nesta tribuna, agradecendo, mais uma vez, ao meu colega Alberto Kopittke, que agora está nessa função na Prefeitura de Canoas, aos meus colegas de Bancada, aos Vereadores. Ao povo de Porto Alegre, muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde, Presidente Cassio Trogildo, demais colegas Vereadores, Vereadoras, colegas da Câmara, público presente aqui na Câmara Municipal, público que nos assiste pela TVCâmara. Antes de qualquer coisa, eu queria falar em especial da minha colega Jussara Cony, que, desde a época em que eu comecei a militar no movimento estudantil, anterior a isso, inclusive, lá em 1992, quando eu tinha 12 anos apenas, e tinha em ti e no Raul Carrion, entre outras figuras da política porto-alegrense, uma referência de luta e uma referência pessoal que me estimularam e me motivaram. Eu comentava, inclusive, com o Presidente do PCdoB, o Márcio Cabral, que lamentavelmente, talvez, se eu tivesse me filiado ao PCdoB há uns dez anos antes, eu teria uma construção no movimento estudantil amplamente maior até do que fiz. Lembro lá do plebiscito da ALCA, da dívida externa, lá nos primórdios do Fórum Social Mundial.

E quero falar aqui da admiração que eu tenho pelo Partido Comunista do Brasil em todos os sentidos. Eu acho que é um partido que, ao mesmo tempo em que consegue ter uma linha ideológica – e isso é muito difícil hoje na política e nos partidos –, tem também a sabedoria de ampliar e encaixar os momentos na conjuntura e dentro da política, tentando entender o momento em que se vive. Porque é fácil ser de um partido amplo que aceita tudo e é fácil também ser contra tudo. Difícil é ter essa maleabilidade para fazer política numa conjuntura tão difícil e com sabedoria para agir nos momentos adequados.

Hoje eu venho fazer a minha desfiliação do Partido Comunista do Brasil, e muitas pessoas estão me perguntando o porquê. Eu falei para o Márcio o que vou falar aqui na tribuna da Câmara. Eu me desfilio do PCdoB como num final de relação que acontece sem culpados. Eu acho que é muito fácil fazer acusações ou críticas. A minha desfiliação não tem a culpa do PCdoB, não venho aqui falar que o PCdoB não serve, pelo contrário, acho que é um partido que serve em todos os aspectos para boa parte da militância. Mas, por questões conjunturais e por questões até de condição pessoal, eu resolvi fazer esse movimento priorizando o tema que eu gosto de tratar, que é o tema dos animais. Recebi nos últimos meses convites de todos os partidos. Poderia dizer aqui abertamente que não houve nenhum partido que não tenha me convidado para filiação, o que me deixa muito contente, porque, de certo modo, mostra a relação pessoal e o respeito que a gente conseguiu estabelecer.

Resolvi fazer este movimento, sempre priorizando o tema dos animais. E eu costumo dizer que, se não fosse pelos animais, eu já estaria fora da política, talvez nem teria entrado no mandato. Inclusive, eu defendo hoje – e falo abertamente sobre isso – um ponto de vista sobre as siglas, e sei que o PCdoB tem uma outra concepção, que é respeitável. É uma construção, por exemplo, como a da Jussara Cony, de 40 anos, que tem várias causas. O PCdoB aglutina várias causas, assim como outros partidos aglutinam. E eu gostaria que todos os Parlamentares tivessem, na sua prioridade, não só a sigla, mas as causas como o seu centro para se movimentarem. Talvez isso fizesse da política um ambiente melhor. Eu, por exemplo, pura e simplesmente vou estar aqui pelos animais, lutando pelo hospital público veterinário, pelos hospitais no Estado, por uma Brigada dos Animais, por um movimento de castração de 100% dos animais de rua, por feiras mais amplas, onde as pessoas possam doar os seus animais, e, principalmente, pela Unidade da Proteção Animal, que hoje ainda é muito dividida, tem muito ego e ciúmes, uma coisa que eu, lamentavelmente, acabei conhecendo, que existe. Também lutarei por clínicas veterinárias mais sensíveis à causa animal e que saibam que o custo de um animal é alto. Eu sei que as clínicas têm que sobreviver, mas, ao mesmo tempo, têm que saber que há vidas por trás daquilo.

Hoje, as políticas públicas para os animais são quase inexistentes, para não dizer que em 95% dos Municípios, Jussara, são inexistentes.

É uma luta em que eles não têm voz, porque não falam, mas eles têm todos os sentimentos que um ser humano tem; um animal tem medo, um animal tem dor, um animal tem frio, tem fome, tem tudo; e ele não pode pedir. São centenas de exemplos que eu poderia citar de vidas que eu vi passar com essa condição.

A minha luta vai seguir sendo pelos animais. Quero agradecer ao PCdoB e desejar que o PCdoB tenha vida longa nas figuras da Jussara Cony, da Manuela D’Ávila, da Titi Alvares, do Márcio Cabral, do Raul Carrion, entre outras lideranças, que têm história, têm envolvimento e eu tenho certeza de que são reconhecidas na Cidade, no Estado e até no País, como a Jandira Feghali, entre outras, e que, seguramente, vão cumprir um papel na política, como sempre cumpriram; sempre tiveram sabedoria e inteligência para isso. Vida longa ao PCdoB! Vida longa, Jussara, a ti! Eu tenho aprendido muito contigo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Elizandro Sabino, na condição de Líder da Bancada do PTB e nos termos do art. 218, § 6º do Regimento, solicita Licença para Tratamento de Saúde para o Ver. Dr. Goulart, no período de 14 a 28 de marco de 2016.

O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste das galerias, servidores do Município, público que nos assiste em casa, nós não poderíamos nos furtar de vir à tribuna no dia de hoje, um dia histórico para o nosso País. Diariamente vemos, Ver. Tarciso, em todas as cidades brasileiras, os presídios abarrotados de pobres; temos o Presídio Central abarrotado de pobres. Em 1988 foi dito por Luiz Inácio Lula da Silva que somente os pobres iriam para o presídio, ricos viravam ministros. Um homem que acha que um dúplex, tríplex, quadriplex de duzentos e poucos metros quadrados é um apartamento do Minha Casa, Minha Vida realmente perdeu a noção da realidade que vive o povo brasileiro, e que para fugir da mão da Justiça vira ministro, realmente ele perdeu a noção do que é certo e do que é errado! Um homem que se acha a cabeça da cobra, um homem que se acha uma mente superior a todas e que provoca o povo brasileiro – que sofre com uma recessão, com uma inflação galopante, com um desemprego – realmente está fora da sua sanidade mental. Porque o que era o cabeça da cobra, o mentor de tudo isso foi preso rapidamente, ele é a marionete de tudo isso, ele nunca se flagrou que ele é uma marionete; é um bom peão, como eu, para agitar as massas; é um bom peão, como eu, para estar em porta de fábrica; agora, o cabeça de tudo isso está preso: o Zé Dirceu! Esse é o cabeça de tudo isso! O Judiciário, sabendo disso, foi lá e pegou o cabeça, por isso eles estão fazendo essa montoeira de trapalhadas aí, provocando o povo, que foi para a rua; fazendo essa montoeira de trapalhadas, pegando réu confesso e fazendo virar ministro. Porque é réu confesso! Aí o outro, que nunca foi amigo, dizendo que é amigo, essa montoeira de palhaçadas. Em nome do Governo ofereceram um monte de benesses para o Delcídio, para o Delcídio não abrir a boca, e ele abriu a boca. Nós não temos bandido de aluguel, nós não temos bandido de proteção, nós não temos afinidade com bandido, nós queremos que os bandidos vão todos para a cadeia, pode ser até do nosso partido, se tiver. Agora, nós não temos afinidade para ficar defendendo bandido, e não queremos ver bandido se acobertando em cima da Justiça, não queremos ver bandido se acobertando em cima de foro privilegiado, porque quem não deve, não teme! Quem não deve, não teme! Que vá para a cadeia o Cunha – ontem sua família perdeu o foro privilegiado. Não adianta ficar nervoso aqui! Não adianta ficar nervoso, lugar para ficar nervoso não é no Parlamento, aqui é para parlamentar, para falar e defender seus pontos de vista, para parlar; o lugar de ficar nervoso é nas ruas, e as ruas estão nervosas, principalmente com esse desaforo de hoje de se esconder no foro privilegiado. Assuma o que fez! Jamais pensei que esse peão ia fazer um papelão desses; esse peão se engrandeceu a vida inteira por não ter o canudo de doutor e não ter o direito à prisão especial; esse peão declarou a vida inteira que usava os doutores para defender o povo brasileiro, que usava os doutores para defender os trabalhadores, agora esse peão se curvou, usando o foro privilegiado. É uma vergonha para os peões, como eu, ver um peão usar de um cargo importante para não enfrentar a adversidade. Nós, trabalhadores, enfrentamos a adversidade no dia a dia...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: ...adversidade do desemprego, adversidade de sair de casa todos os dias para enfrentar a violência, para enfrentar a dificuldade da vida, e não se escondendo embaixo da saia da mãe. Não nos escondemos, quando saímos de casa na adolescência! Muitas vezes, saímos dos Municípios do Interior para vir para as grandes cidades para trabalhar e estudar, nunca nos escondemos embaixo da saia da mãe! Na dificuldade, esse peão abandonou seus ideais – já abandonou há muito tempo –, foi lá e se escondeu na saia da Justiça superior, que é demorada, que se arrasta, envergonhando seus pares, os trabalhadores, envergonhando seus pares dirigentes sindicais. Isso é uma vergonha para nós, sindicalistas, é uma vergonha para nós, trabalhadores, que na calada da noite o ex-Presidente negociar um cargo...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 14h44min): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem da priorização de votação, conforme segue: em primeiro lugar, o PLL nº 101/13, com Veto Total; logo após, o PLL nº 283/13, com Veto Total; o PLCL nº 016/15, com Veto Total e o PLCE nº 002/15, com Veto Parcial. Após retornaremos à ordem normal.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver. Clàudio Janta.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

PROC. Nº 1172/13 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 101/13, de autoria do Ver. Clàudio Janta, que cria a Agência Municipal Reguladora dos Serviços de Porto Alegre (ARPA).

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Mauro Pinheiro: pela manutenção do Veto Total;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 15-03-16 (terça-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 101/13, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para discutir o PLL nº 101/13, com Veto Total, como autor.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu votei contra a inversão da Ordem do Dia, apesar de o Governo dizer que está tentando construir para ver se avança na questão dos fiscais – mas eu acho que o Governo não quer construir nada! Nós tivemos um vendaval na cidade de Porto Alegre e, até hoje, estamos vendo as condições da nossa Cidade em função desse vendaval. Nós tivemos depoimentos de várias empresas que prestam serviços na cidade de Porto Alegre, assim como de partes do Município responsáveis por isso.

Na semana passada, nós aprovamos aqui o indicativo para o Município quanto à questão do recolhimento de lixo através dos contêineres, com depoimentos de Vereadores quanto a horários e dias em que essa coleta deveria ser feita – e não é feita! Nós temos a questão do transporte de Porto Alegre, em que foi ganha uma liminar pelas empresas que entraram, e agora o Município tem que complementar a passagem para as empresas. E nós propomos criar uma agência reguladora de serviços prestados que a Prefeitura delega a terceiros, principalmente para serviços nessa área de limpeza, de poda, transporte – vários serviços que são da guarda da Prefeitura e ela delega para terceiros. A Prefeitura de Porto Alegre fica nas barbas da população de Porto Alegre; e a Prefeitura teria que ter uma agência à disposição do povo para regularizar esses serviços que ela terceiriza e que são de sua responsabilidade. E a Prefeitura vetou isso; não se sabe o porquê. Se a Prefeitura demonstra incapacidade e terceiriza o que é de sua responsabilidade, por que a Prefeitura não cria um órgão para fiscalizar o que ela terceiriza? Para fiscalizar o que é seu! Uma agência que regularize isso e fiscalize isso. Nós, sinceramente, não entendemos por que a Prefeitura de Porto Alegre se nega a fiscalizar e regularizar um serviço prestado, uma concessão ou serviço que é dela, obrigação dela perante aos cidadãos, aos seus contribuintes. Ela abre mão de fazer esse serviço, abre mão, passa para um terceiro e abre mão de fiscalizar esse serviço. Abre mão! Simplesmente ela abre mão de executar o serviço; e agora, com a agência reguladora, ela abre mão de fiscalizar esse serviço. Abre mão! Simplesmente abre mão! Ela diz que não precisa regulamentar esse serviço, que não precisa fiscalizar esse serviço. Ela diz que o serviço em Porto Alegre que a Prefeitura delega está bom. A Prefeitura diz que o serviço de sua responsabilidade que ela passa para outro está bom! Está ótimo! Aí, lá na frente, se nós não fiscalizarmos, nós vamos ver, com certeza, que esse serviço foi mal-executado, mal-elaborado e, com certeza, alguns contratos desses serviços não foram bem feitos.

Então, nós pedimos aos colegas Vereadores, para o bem da cidade de Porto Alegre, para o bem dos serviços prestados na cidade de Porto Alegre, para o bem das finanças da cidade de Porto Alegre, para a Capital ter um bom serviço para entregar a sua população, que votem contra esse veto do Governo, pois o Governo está agindo contra a cidade de Porto Alegre, contra a população, já que alega não ter dinheiro para honrar seus compromissos, o Governo declara para a opinião pública que está com o seu caixa quebrado. Então, chegou a hora de o Governo fiscalizar, principalmente os serviços que concede, os serviços que passa adiante. Então, o Governo que fiscalize o que era sua obrigação, principalmente, algum desses setores onde entra recursos do próprio Município. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº 101/13, com Veto Total.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde a todos e a todas, queria cumprimentar os Agentes de Fiscalização, torcendo aqui para que a luta de vocês conquiste a derrubada deste veto. Contém com o nosso apoio, meu e do Ver. Prof. Alex Fraga, da nossa Bancada do PSOL. Por isso também aceitamos adiar a discussão do veto de vocês para que seja o último, muito embora o próximo veto seja o nosso e seja mais um veto absurdo que eu vou ter a oportunidade de discutir, um veto a um projeto que visa apenas à transparência dos recursos públicos, buscando com que haja publicidade do valor que a Prefeitura contrata as peças publicitárias. Acho que é o mínimo que se pode esperar em tempos de Lei de Acesso à Informação Pública. A Câmara de Vereadores aprovou por unanimidade, e nós tivemos esse veto durante o recesso, voltou agora para a discussão. Nós vamos ter oportunidade de discutir.

Queria cumprimentar o Ver. Janta sobre o debate que ele fez aqui com relação à terceirização no Município e à questão das podas, à questão dos impactos que houve em Porto Alegre com o temporal do dia 29 de janeiro. A terceirização dos serviços e a ausência de controle sobre essa terceirização geraram no que diz respeito à não prevenção e aos impactos que poderiam ter sido minimizados se a política pública funcionasse. Esse debate é fundamental, porque hoje vemos que, por um lado, a Prefeitura sucateia o serviço público, por um lado, existe uma política de não avançar na valorização do funcionalismo no plano de carreira, na garantia de direitos, nos concursos públicos para suprir as áreas que têm defasagem no Município de Porto Alegre. Por outro lado, a Prefeitura vai dando conta de terceirizar uma série de serviços. Uma série de serviços que são serviços essenciais, uma série de serviços que são fundamentais para a população. O caso da poda que o Ver. Janta trouxe é bastante importante, poderia ter minimizado os impactos do temporal; a questão do manejo das árvores, desde 1993 não tem concurso para a SMAM, que também é importante; a falta de professores, a falta de fiscais, a necessidade de garantir a valorização do serviço público e de combater uma lógica de terceirização e, muitas vezes, de captura, uma lógica privada de recursos e de uma gestão que deveria ser pública. Nós podemos pegar dois exemplos muitos importantes no Município e que, lamentavelmente, demonstram que a lógica da Prefeitura tem sido a lógica da terceirização.

Nós podemos pegar a questão da gestão do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, e a luta dos funcionários de carreira por trabalho e por garantir a coleta na nossa Cidade. Por outro lado, uma política de terceirização, que vem marcando, ao longo dos anos, a história de Porto Alegre e que gera verbas milionárias para as empresas. A coleta teve muitos problemas, na cidade de Porto Alegre, quanto aos dias que passam nos bairros, quanto ao acúmulo de resíduos, na própria questão da triagem desses materiais, que, depois, não conseguem ser reciclados.

Também gostaria de pegar um exemplo, Ver.ª Lourdes, que aconteceu na rótula da Nilo Peçanha. A Prefeitura tentou fazer uma licitação para uma pequena obra na rótula: três vezes a licitação deu deserta. A Prefeitura foi obrigada, então, a usar os operários concursados. Quero dizer a vocês que a obra foi mais barata e mais rápida, porque, felizmente, nós temos funcionários de carreira extremamente competentes, mas que, infelizmente, não são valorizados pela Prefeitura de Porto Alegre.

A política de fiscalização é fundamental. Eu acho que é preciso reverter prioridades, que é preciso avançar numa política pública, que é preciso combater as terceirizações e garantir uma lógica de investimento no serviço público e de ampliação da gestão pública.

Independente da luta do PSOL, que é a luta em defesa da ampliação do serviço público, até lá é necessário ter mais mecanismos de fiscalização, é necessário ter mais mecanismos de controle, é necessário ter mais instrumentos para que a população possa exercer o controle social, possa “pegar na tampa” quando tem corrupção, como foi o caso da Procempa, do SIAT, da Sollus, vários casos envolvendo milhões de reais dos porto-alegrenses. Por isso, estamos defendendo o projeto do Ver. Clàudio Janta e estamos lutando pela derrubada do veto.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 101/13, com Veto Total.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente; colegas fiscais de toda Prefeitura, meus cumprimentos porque este tema também deve acolher a pauta de vocês, que é a pauta de valorização do funcionalismo municipal. Está em debate o veto a uma agência reguladora. Ora, por que precisaria de uma agência reguladora se nós tivéssemos um trabalho público com servidores valorizados, com servidores qualificados, com plano de carreira, com estímulo permanente ao trabalho junto à comunidade? Não precisaríamos! Quando o Ver. Janta propôs e, no final do ano, votamos, e votamos não convencidos de que esse era o caminho, mas votamos como valorização de uma iniciativa que faz a leitura que nós temos na cidade de Porto Alegre uma profunda fragmentação do trabalho através da terceirização, e em detrimento da valorização do funcionalismo municipal. E quanto mais terceirizam os serviços, menor é a capacidade do Município de Porto Alegre de conferir a qualidade, até a realização do serviço de qualidade. Os fiscais estão no coração da conferência, da fiscalização da Cidade, e nós temos os fiscais, por exemplo, cindidos por valorização de uma única categoria, de uma única Secretaria, que leva, que abocanha um valor importante dos recursos municipais. Quando, no início do ano, de forma irresponsável, o Governo Municipal, o Prefeito Municipal, cogitam parcelar os salários, veio-nos uma revolta, porque não é possível que o Governo Municipal, no ano passado, tenha encaminhado dois projetos de lei acintosos para o conjunto da categoria, beneficiando uma única categoria da Fazenda, e, no final do ano, uma única categoria, a dos Procuradores. E cada um desses projetos implica, Ver. Kevin Krieger, neste ano, R$ 17 milhões – Vereador Líder do Governo, que respeito muito. Dezessete milhões cada um desses projetos! Será que o conjunto da categoria tem que ser assediado e ameaçado de parcelamento do salário e não ter notícia da progressão? Março era o compromisso! O compromisso da greve do ano passado é a progressão do funcionalismo. E não venha me dizer que vai sair na data-base deste ano. É neste mês que tem que ser publicada a progressão, porque foi conquista de greve do ano passado. Conquista de greve, que foi só isso e mais: terminar com a faca sobre a categoria inteira, com a espada do fim da nossa carreira, em função do efeito cascata, e parcelamento da inflação. Então, a Prefeitura age de maneira irresponsável, quando beneficia apenas alguns colegas, alguns setores, em detrimento do conjunto dos funcionários, em detrimento da valorização do conjunto do funcionalismo. E é nesse marco que está o pleito de vocês. Nós acreditamos nisso, porque estão unidos todos os fiscais, aqui, reivindicando qualidade, respeito à sua atuação e à complexidade da sua atuação.

Eu vou me abster neste veto, porque acho que a Prefeitura tem muitas Secretarias, muita estrutura. Criou microssecretarias, só gasta em CCs, sobrepõe CCs e não tem sequer recursos para investimento nessas microssecretarias. A Prefeitura precisa é terminar com essa terceirização. Ontem à noite, no PAM 3, quando reivindicavam segurança, os trabalhadores da área da saúde diziam que os médicos contratados, terceirizados por uma empresa – não são do IMESF –, faltam, se atrasam, nem vão trabalhar. Terceirizados, contratados! O Ver. Dib, que assiste à TVCâmara, botou na Justiça o nosso Prefeito por contrato temporário. A gestão Fortunati/Melo, além do IMESF – que tirou direitos de estabilidade –, contrata mais médicos de forma terceirizada. Assim como a absoluta terceirização que está ocorrendo na FASC. Logo, logo, se não nos juntarmos à luta dos fiscais, vamos ter a terceirização dos fiscais, nós vamos terceirizar o serviço, e a cidade de Porto Alegre vai ficar à mercê de meia dúzia de cargos comissionados, porque essa é a lógica deste Governo, infelizmente.

Eu quero usar este tempo...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: ...para pedir a valorização do funcionalismo público municipal! Valorização do funcionalismo público municipal! Valorização do funcionalismo público municipal! Chega de gastar irresponsavelmente o recurso do Município de Porto Alegre, seja em pequenas estruturas, nos apadrinhamentos, nos CCs... Chega de gastar dessa forma irresponsável em obras que estão inacabadas porque foram contratadas terceirizadas, porque não têm fiscalização e nossas equipes técnicas e nossos engenheiros não são valorizados. Parabéns pela luta de vocês! Nós vamos mudar essa história, porque sem funcionalismo valorizado não tem política pública de qualidade. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 101/13, com Veto Total.

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e senhores aqui presentes e aqueles que acompanham o projeto da Cidade, este projeto apresentado foi votado no final do ano passado e aprovado por esta Casa. O Executivo Municipal traz um conjunto de razões para o veto e aponta inconstitucionalidades. Agora, esta Casa é política, e eu quero fazer um debate político. Por que o Governo Municipal é contra uma agência de regulação? Uma das principais atividades da agência reguladora da Cidade é regular o funcionamento do transporte público de Porto Alegre. Aqui aparece a primeira contradição. Nós estamos vivendo em Porto Alegre, no tema do transporte público, o conjunto de desmandos do Poder Público Municipal com um conjunto de atitudes equivocadas. A primeira delas foi em 2008, quando o então Prefeito, José Alberto Fogaça, por decreto, permitiu que toda a arrecadação da bilhetagem eletrônica caísse direto no caixa da ATP antes de ela prestar o serviço e antes de ter o controle desse caixa. É óbvio que o Poder Público Municipal perdeu o controle em regular o transporte público municipal.

E se nós formos para o sistema viário urbano de Porto Alegre, eu quero que qualquer um das senhoras e dos senhores aqui presentes, inclusive muitos dos fiscais da SMOV que aqui estão, nos apontem um outro período de obras públicas viárias de Porto Alegre que tenha acontecido mais “constrói e quebra”! Isso tem ou não tem custo para o Poder Público Municipal? É óbvio que tem custo! Até porque, prezado representante da Secretaria da Fazenda, todas essas empresas já foram aditivadas. E se vierem dizer que o aditivo do contrato é possível, é óbvio que é possível, mas não é sobre isso que eu quero falar. Além do custo econômico do gasto, tem o custo indireto, o que significa uma via dessas, que tranca o trânsito todo o dia na cidade de Porto Alegre? O que custa uma via dessas, que constrói e quebra, para todo aquele pequeno e médio comércio que se localiza nessas regiões?

Se nós formos falar da questão do lixo urbano, toda a política de terceirização estrutural que acontece na cidade de Porto Alegre, e que o Prefeito Municipal perdeu o controle... E aí entra a questão essencial aqui da política, porque a aliança que governa Porto Alegre com seus treze partidos tem um loteamento, e o Prefeito não consegue mais gerir nenhuma Secretaria para executar os serviços. Essa é a realidade! Então, é óbvio que no momento em que se fala que deveriam regular as ações públicas, o Prefeito e o Vice-Prefeito Sebastião Melo dizem: “Queremos isso para fazer com que a gestão seja eficaz”. Portanto, a nossa Bancada já tem a posição de manter, Sr. Presidente, o voto que demos lá em dezembro do ano passado para que o veto seja derrubado; ou que o Governo venha para o debate político, porque, até agora, ninguém do Governo veio aqui dizer por que não quer a regulação na cidade de Porto Alegre, ou por que não quer que haja uma agência; ou que venha aqui dizer que outro formato poderia ter para a boa gestão e a regulação dos recursos e serviços públicos.

Hoje nós temos o público dos fiscais municipais, agentes reguladores da qualidade do serviço público da Cidade. No final do ano passado, votamos um projeto de lei, e a nossa bancada votou favoravelmente. Já quero dizer aqui que, há poucos dias, na CUTHAB, recebemos a mensagem de que havia um acordo com a categoria pelo veto desse projeto. Lá votei a favor do veto do Prefeito. Estou sabendo que não houve o acordo, portanto está mantido o nosso voto conforme votamos no ano passado, neste momento, pela derrubada do veto. Se for para ter acordo, que seja claro para todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para discutir o PLL nº 101/13, com Veto Total.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde, senhoras e senhores. Vou ser breve. Pedi a inscrição para manifestar o meu apoio ao projeto do Ver. Clàudio Janta, por concordar que é necessário que tenhamos um aprimoramento da gestão pública de Porto Alegre. Infelizmente o que demonstra o Paço Municipal, ao longo do período que venho trabalhando nesta Câmara Legislativa, é um total desgoverno e descontrole. Então, acho que essa agência pode contribuir para melhoria e qualificação do serviço prestado à sociedade.

Cito, como exemplo, uma denúncia, que foi encaminhada ao meu gabinete há pouco tempo, de comercialização de vagas na pré-escola no bairro Restinga, Zona Sul de Porto Alegre. Essas pessoas recorreram ao gabinete de um parlamentar por se sentirem totalmente desprotegidas. Trouxeram o nome de uma pessoa que vem utilizando o seu prestígio junto ao Governo Municipal para negociar, mediante uma soma de R$ 140,00, o encaminhamento das crianças pequenas a uma das escolas conveniadas à Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Isso é extremamente grave – extremamente grave! – nós termos um cidadão de Porto Alegre, que tem prestígio junto ao Governo Municipal, que está comercializando vagas na pré-escola. Pais e mães precisam trabalhar, precisam pagar as contas da sua casa, levar alimento para a sua família e, muitas vezes, não têm com quem deixar essa criança. Essa notícia estarrecedora chegou ao meu gabinete e vou levar essa demanda para a CECE, para o seu Presidente, Ver. Tarciso Flecha Negra, com quem pretendo conversar sobre isso em breve, já que é a Comissão da Casa que trata dos temas relacionados à educação. Uma agência reguladora poderia ser um ótimo canal de comunicação para essa população, a qual está perdida, sem saber ao certo a quem recorrer frente a essas demandas. Portanto, presto o meu apoio ao projeto de lei do Ver. Clàudio Janta. Eu e a Ver.ª Fernanda Melchionna vamos votar contra o veto da Prefeitura e espero que outros Vereadores façam o mesmo. Uma boa-tarde.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 101/13, com Veto Total.

 

O SR. ADELI SELL: Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu não acompanhei a votação no ano passado, mas tive oportunidade de me debruçar rapidamente sobre este projeto. Quero dizer que tenho muitas dúvidas, porque acho que nós não temos que arrumar mais instituições e instâncias. Em princípio, nós devemos, sim, valorizar as instâncias que nós temos. Ainda não foi entendido pela atual Administração, por muitos gestores públicos. E vejo que aqui também há uma incompreensão sobre o papel importante que tem o funcionário público, especialmente o agente de fiscalização – vão discutir o projeto específico daqui a pouco. O agente de fiscalização tem um poder de polícia administrativa. Para ter o poder de polícia administrativa, tem que ter fé pública, ou seja, a pessoa está imbuída, autorizada por essa função, porque assim foi a forma que essa pessoa entrou no serviço público para fazer valer a legislação.

Nós estamos vendo, por exemplo, que no Estado do Rio Grande do Sul, que tem um Tribunal de Contas para nos fiscalizar aqui no Município, mais os outros 496 Municípios, para fiscalizar o Governo do Estado, as contas da Câmara Municipal e das outras Câmaras. Aí, o Estado tem uma Procuradoria-Geral, tem uma Central de Licitações, e não sei quem, em algum momento, criou a CAGE no Estado. Eu me pergunto: por que os funcionários estão nessa função, fazendo uma duplicidade de função? Eu quero é valorizar o serviço público que existe, os concursos que foram feitos, para os quais, muitas vezes, não chamam os agentes de fiscalização, não chamam os veterinários, que precisam estar na saúde, não chamam os agentes de saúde, e nós vamos criar mais uma outra estrutura. Esta é a grande dúvida, porque isso acaba não valorizando efetivamente o serviço público. Nós estamos usando, muitas vezes, pessoas que deveriam estar naquela função através de concurso com trabalho terceirizado, com estagiários.

Eu tenho uma grande preocupação com a criação de agências. Eu pergunto aos senhores e às senhoras: do que adiantou a criação da Anatel em relação ao consumidor brasileiro de telefonia? Nada, absolutamente nada. Com a Aneel, a mesma coisa. Para cada coisa que se cria neste País há uma agência de regulação. Para regular o quê, se nos Procons do Município, do Estado, na Justiça, principalmente nessas juntas de conciliação que existe aqui no Tribunal, 25% de ações são da área de telefonia e de tevê? Então, eu acho que as agências reguladoras não funcionam, não vão funcionar e no Município será mais um elemento para se gastar, e nós não vamos valorizar quem, de fato, fiscaliza as coisas na Prefeitura, que são os agentes de fiscalização. Não é porque vocês estão aqui, quem me conhece sabe que eu sempre defendi, vou defender o serviço público de qualidade, com salário digno, sem assédio moral, sem perseguições, com liberdade total e absoluta de fazer o que o cargo exige. Fé pública e as pessoas são, na verdade, polícia administrativa. É isso que vale. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLL nº 101/13, com Veto Total.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, demais Vereadores, às vezes nós exageramos aqui vindo várias vezes nesta tribuna para falar a mesma coisa que os demais colegas já falaram, mas ouvindo algumas citações eu me sinto na obrigação, também, de insistir aqui com alguns argumentos sob o meu ponto de vista. Primeiro, quero dizer que é do conhecimento público, por exemplo, que a Anatel, aqui no Rio Grande do Sul, tendo na presidência o Dr. Bettoni, multou empresas de telefonias em mais de R$ 50 milhões. Agora, pergunto aos senhores se essas empresas pagaram essas multas. Sabem por quê? Porque isso vai lá para Brasília e é discutido em nível de Zelotes. Entenderam? E aí resolvem tudo administrativamente ou as coisas apodrecem nos arquivos. Então, preciso fazer esse registro.

Eu também fui favorável ao seu projeto, Ver. Clàudio Janta, e vou permanecer assim. Tenho muita restrição evidentemente com a possibilidade de se criar mais um instrumento na Cidade, mais um órgão, mais um departamento, mais uma secretaria. Aqui eu tenho visto vários Vereadores criticarem o Governo Federal pela quantidade de Ministérios, mas nós não podemos esquecer de quantas secretarias e departamentos o Município tem. Esse número - eu não tenho esse levantamento exato - não fica muito longe dos números da Presidência da República, com certeza. Então, poderia se criar esse instrumento buscando a representação dos próprios servidores dos diversos departamentos e secretarias.

Uma outra questão é a da competência. Isso nós precisamos observar. Existem procedimentos que são de competência legislativa e outros que são de competência do Executivo. Agora, senhores, nos últimos anos, os Poderes Executivos dos Estados e da União centralizaram tanto o poder que, às vezes, nós ficamos pensando por que existe vereador, deputado, senador e por aí vai. Então, nós precisamos resistir a isso, Ver. Clàudio Janta, e resgatar algo mais para que dê também uma certa autonomia aos departamentos, aos Poderes Legislativos, ainda que nós tenhamos uma dificuldade pela questão financeira. Mas eu vou ficar aqui, Ver. Clàudio Janta, com o seu projeto, até como uma revolta, uma rebeldia, porque sou daqueles que acha que o Município tem condições de fazer mais, que o Estado tem condições de fazer mais e que a União tem condições de fazer mais. O que está havendo no nosso País é uma desmotivação de segmentos que produzem e que estão limitados a financiar os mesmos políticos de sempre quando não a ficar somente fazendo críticas. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o PLL nº 101/13, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 101/13, com Veto Total.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, em nenhum momento nós estamos propondo, para criar a agência municipal para regular os serviços prestados, criar um trenzinho da alegria, criar cargos. Num Município que tem 28 Secretarias, servidores que são Secretários, é impossível que, dentre essas 28 Secretarias, não haja pessoas capazes de fiscalizar os serviços que são da responsabilidade da Prefeitura, volto a dizer. E não estou falando só de serviços dos quais a Prefeitura abre mão, como o Estado abre mão, como a União abre mão; estou falando de serviços como o transporte de Porto Alegre. Não estou falando só da poda; estou falando do transporte de Porto Alegre. O transporte de Porto Alegre é uma concessão do Município, e o Município passa para terceiro. Estou falando do sistema de táxis de Porto Alegre. É uma concessão, e o Município repassa para terceiros. Quem sabe o sistema de aplicativos, em Porto Alegre, venha ser uma concessão do Município e ele conceda para terceiros. São dessas questões que estamos falando. Por que o Município não é capaz? Se o Município não aprovar a criação de uma agência reguladora, o Município estará dando um carimbo de incompetência, que dentre os seus quadros de 28 secretários não tem ninguém capaz de gerenciar e administrar coisas do Município. Coisas do Município, coisas da população de Porto Alegre. Isso é da população de Porto Alegre. Quando o Município pega o sistema de transporte, que é uma concessão da população de Porto Alegre, e entrega para outro administrar, a população de Porto Alegre quer saber para onde está indo o seu patrimônio; quando o Município pega o sistema de táxis e entrega para outro administrar, a população de Porto Alegre quer saber para onde está indo o seu patrimônio; quando o Município pega a coleta de lixo da cidade e entrega para outro administrar, a população de Porto Alegre quer saber para onde está indo o seu patrimônio; quando o Município pega a coleta de resíduos sólidos e entrega para outro administrar, a população de Porto Alegre quer saber para onde está indo o seu patrimônio.

E, agora, o Município não pode pegar entre os seus secretários, os seus servidores da própria Secretaria da Fazenda, os seus fiscais e colocá-los a fiscalizar quem está agindo, com o poder de fazer isso, através de uma agência reguladora, para as pessoas saberem que na cidade de Porto Alegre tem uma agência que fiscaliza esses serviços de que o Município abriu mão, pelos quais o Município deve receber?

Porque não é só prestar o serviço; acredito que o Município tenha contrato com essas empresas. A Ver.ª Sofia Cavedon, na semana passada, fez um relato impressionante aqui, quando fizemos um indicativo referente às coletas dos contêineres de lixo. A Vereadora falou aqui que onde ela mora a coleta deveria passar três vezes por semana, ela já cansou de ligar para o 156, fazendo o relato de que a coleta só passa duas vezes na semana, e, por contrato, deveria passar três vezes por semana. Isso ocorre em vários bairros de Porto Alegre, não cumprindo o contrato. Quem fiscaliza? É o 156? É o DMLU, que assinou o contrato? Ou seria uma agência reguladora? É essa a questão. Ou nós deixamos a bangu, como está; ou nós vamos fiscalizar. Concordo com o Ver. Adeli Sell, que as agências nacionais, muitas vezes, não fiscalizam porque o território é imenso. Acredito que aqui em Porto Alegre seria um bom início termos uma agência municipal. Tudo que é municipal funciona muito bem porque o povo está aqui na cola, no pescoço. Nós não estaríamos abrindo mão de nosso papel de Vereador, nós estaríamos dando, na verdade, para a população, um lugar a mais para reclamar, nós estaríamos dando mais um olho para fiscalizar, até para os funcionários públicos estarem lá dentro, porque estamos unicamente criando a agência, a Prefeitura iria fazer o modelo dessa agência, iria encaminhar para a Câmara de Vereadores, e com certeza esta Casa iria dar a última palavra. Quem iria montar essa agência seria o Executivo, e esta Casa iria dar a última palavra do modelo dessa agência. Mas nem isso a Prefeitura foi capaz de fazer, porque a Prefeitura acha que os serviços que ela delega...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: ...não têm que ser fiscalizados em Porto Alegre. Ela sequer permitiu a possibilidade de ser criada a agência e ela tivesse um tempo para estudar e fazer o modelo de agência e encaminhar para esta Casa para que pudesse dar a sua opinião; ela simplesmente vetou o projeto, nem de discutir foi capaz, nem de sentar foi capaz, nem de dar ideias foi capaz. É mais fácil vetar, é mais fácil abortar um projeto de transparência do que exercer a transparência. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 101/13, com Veto Total.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Nós do PSOL, eu e o Ver. Alex Fraga, achamos que três vetos na tarde de hoje que precisam, obviamente, ser derrotados, porque passam de uma visão da Prefeitura antidemocrática, contrária à transparência e de descumprimento das palavras assumidas junto aos trabalhadores, como é o caso dos fiscais. Mas nós, até chegar ao debate dos fiscais, que espero que avance durante a tarde, nós estamos aqui com a convicção de que o Governo cumpra sua palavra assumida com o conjunto dos fiscais durante a votação do projeto e a construção da emenda de forma coletiva com o conjunto da Câmara. Nós queremos falar do projeto do Ver. Clàudio Janta, porque se o projeto criasse Secretarias, criasse CCs, criasse desperdício de dinheiro público e de cargos públicos, obviamente teríamos votado contra lá em dezembro do ano passado, quando ele foi aprovado. Uma agência de controle não significa a criação do cabide de empregos, muito embora este Governo esteja acostumado a criar Secretaria para empregar os partidos aliados da base governista. Uma agência de regulação pode ser construída junto com os trabalhadores. Uma agência de regulação, por exemplo, não pressupõe que a terceirização avance; ao contrário. Eu acho que o fundamental era obviamente romper a lógica da terceirização no Município. Isso é uma questão evidente, valorizar o conjunto do funcionalismo, como é o caso da saúde. É inconstitucional, é inconstitucional privatizar a saúde, que foi o que aconteceu aqui com o IMESF. Quanto ao transporte coletivo, que a Bancada do PSOL tem muita autoridade para discutir o tema do transporte coletivo no Município de Porto Alegre, nós defendemos, Ver. Prof. Alex Fraga, que é preciso ampliar a Carris e que é fundamental avançar num transporte cem por cento público, mas a gente sabe que não é do dia para a noite. A gente sabe que antes é necessário ter controle social, é necessário que a bilhetagem não fique controlada pela ATP e pelas entidades patronais, mas fique controlada pela EPTC, pelos agentes públicos por mecanismos de controle social e de regulação. É necessário reverter a lógica da terceirização dos resíduos sólidos da coleta do lixo, contratos milionários. Mas, enquanto isso, tem que fazer coleta seletiva solidária, tem que avançar no DMLU, tem que fazer auditorias em contratos passados, tem que garantir que o dinheiro que foi desviado para a corrupção retorne para o Município de Porto Alegre. Então, eu acho que a gente pode até pensar diferente, mas eu tenho a convicção de que qualquer projeto que avance no sentido de empoderar a Cidade para discussões democráticas do controle da Cidade precisa ser feito. Precisa ser apoiado. É preciso reverter essa lógica e, para reverter essa lógica, é preciso empoderar a cidadania, é preciso empoderar o funcionalismo público, é preciso dizer na tribuna que o SIAT, que foi terceirizado para fazer um sistema de arrecadação de impostos, quando tinha a Procempa, os trabalhadores concursados que poderiam ter feito, foi sustado pelo Tribunal de Contas Estadual, porque havia suspeitas de corrupção envolvendo R$ 12 milhões. Mas pior que isso, a terceirização gerou prejuízo para o Município de Porto Alegre, além do dinheiro investido numa empresa que gerou um sistema porcaria, a Prefeitura deixou de arrecadar R$ 300 milhões, o que daria para construir agora 240 creches no Município de Porto Alegre, dobrar a oferta de vagas para as crianças de zero a seis anos, é disso que nós estamos falando, e é por isso que nós viemos aqui dizer da importância de fazer esse debate com a profundidade que ele merece, porque manter o controle público, combater a terceirização, valorizar o funcionalismo público são desafios pelos quais precisamos lutar nas ruas, na Câmara, nos processos eleitorais, sobretudo criando mecanismos que permitam discutir os temas da Cidade, controlar os temas da Cidade e que garantam que não vá mais dinheiro para o ralo da corrupção, que não haja mais dinheiro desperdiçado e mal utilizado, gerando prejuízo!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 101/13, com Veto Total.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Serei muito breve, Vereador-Presidente, colegas, apenas porque a nossa Bancada trouxe diferentes nuances. Ver. Janta, nós somos parceiros, votamos com V. Exa. em muitos momentos, apesar de discordar dos tons de V. Exa. nesta tribuna, que, hoje, tinha que pedir aqui a cassação do Cunha e não defender a imunidade parlamentar do Cunha, que tem contas no Exterior, que está citado na Lava Jato, assim como, inclusive, representantes do seu próprio partido, e compreender a importância do gesto que faz o Presidente Lula, que se expõe ao assumir a articulação política para estabilizar o País e fazê-lo crescer. Quero deixar claro que os que aqui têm um tom mais condescendente com quem já é réu e continua impingindo ao País medidas contra as mulheres, por exemplo, que é o Presidente da Câmara, sempre terá meu contraponto, Vereador.

Sobre o tema da agência, que é um Veto do Prefeito, por que a nossa bancada vai se abster? Nós vamos nos abster – o Ver. Adeli, Ver. Comassetto e o Ver. Sgarbossa – porque nós entendemos que mais uma estrutura pode virar, sim, Ver.ª Fernanda, cabide de empregos, como várias estruturas que a Prefeitura criou. O Governo Federal, na semana passada, conseguiu aprovar, no Senado, a redução de 39 para 31 Ministérios, e nós entendemos que tem, sim, que se reduzir estruturas e valorizar funcionários; reduzir aparelhos e valorizar carreiras. Tem que reduzir aparelhos, tem que reduzir pequenas equipes e trabalhar na lógica do funcionamento do favorecimento e da valorização do funcionalismo. É por isso que nós entendemos assim.

Eu – o Ver. Janta se referiu a mim – subo a tribuna quase todas as semanas para falar do desastre que é o serviço terceirizado. Cito exemplos aqui porque acompanho, inclusive na SMED, mil trabalhadoras terceirizadas que ganham salários miseráveis e que não têm direito – no caso dos terceirizados da limpeza – a sequer 30 dias de férias. Eu tenho um projeto de lei aqui que não passa, colegas, para garantir que os terceirizados tenham 30 dias de férias. Todos os terceirizados da Cootravipa têm 15 dias. São funcionários de menor nível, de menor direito diante da CLT? São pagos pelos mesmos recursos da Prefeitura que pagam os salários de funcionários públicos municipais. Então a terceirização é perversa também quanto aos direitos trabalhistas, quanto à dignidade humana, quanto aos trabalhadores do serviço público. Nós não queremos nos render a ela e dizer que vamos tentar fiscalizá-la. Este é o sentido, Ver. Janta: vamos respeitar! A sua crítica aqui é forte em relação à terceirização, e V. Exa. é defensor, sim, do funcionalismo municipal. Nós falarmos em criar mais uma estrutura, porque o Governo se fragmenta e faz mal ao serviço, é concordar com a terceirização.

Nós falávamos aqui com os catadores de lixo, no início da semana, quando votamos um projeto com um grande acordo. Nós defendemos a coleta cidadã, Ver. Cecchim. Não dá para nós fazermos um retrocesso, como o caso dos contêineres, onde as pessoas misturam orgânico e seco! Retrocedemos na coleta. Se nós tivéssemos a capacidade de contratá-los numa coleta cidadã... Então, ao mesmo tempo em que colocamos contêineres, misturando orgânico e seco, não deixamos mais o catador, que separava o lixo seco, coletar no Centro. É ruim! Vamos criar um mecanismo que valorize esses catadores, que respeite a sua historia.

O Governo gasta mal, pura e simplesmente, terceirizando. Então a bancada do PT se abstém quanto a este veto, porque a posição do Governo tem maioria, vai evitar a criação de mais uma estrutura; defende estruturas como, por exemplo, o Investe POA, que compromete o nosso patrimônio público em debêntures, em investimentos na Bolsa. Essa empresa foi criada no final do ano passado, e nós queremos que ela seja extinta, porque é mais uma empresa para cabide de empregos e, mais do que isso, garantidora de contratos de terceirização, colocando em risco o nosso patrimônio público.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal o PLL nº 101/13, com Veto Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 09 votos SIM, 15 votos NÃO e 07 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto Total.

 

O SR. MENDES RIBEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a alteração da ordem da priorização de votação, conforme segue: em primeiro lugar, o PLCL nº 016/15, com Veto Total; logo após o PLL nº 283/13, com Veto Total, e o PLCE nº 002/15, com Veto Parcial. Após retornaremos à ordem normal.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Mendes Ribeiro. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver. Clàudio Janta.

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1273/15 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 016/15, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que altera, na face ímpar da Estrada Gedeon Leite, no trecho compreendido entre a Avenida Edgar Pires de Castro e a Rua Ivo Walter Kern, na profundidade de 60m (sessenta metros), perpendiculares ao trecho referido, localizado na Unidade de Estruturação Urbana – UEU – 08 da Macrozona – MZ – 07, o código de Grupamento de Atividades de 01 para 03.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela manutenção do Veto Total (empatado);

- da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela manutenção do Veto Total;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elizandro Sabino: pela rejeição do Veto Total;

- da COSMAM. Relator Ver. Kevin Krieger: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 15-03-16 (terça-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLCL nº 016/15, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 016/15, com Veto Total.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, antes de tudo, quero assinalar com muita satisfação, inclusive registrando o meu aplauso ao Vice-Prefeito da Cidade, Ver. Sebastião Melo, signatário deste veto que, procurado pela comunidade e pelas lideranças do bairro, demonstrou enorme sensibilidade, reconheceu que a sua assessoria técnica tinha analisado o projeto exclusivamente sob o ponto de vista formal, não olhando a profundidade, a importância e a relevância da sua concretização, reconhecendo, inclusive, que a Casa tinha experiência no passado de aprovação de projetos semelhantes, na mesma linha e que nenhum deles constituía nem um excesso da competência legislativa, tampouco uma afronta à legislação constitucional. As restrições que eventualmente se tinha, além de formais, diziam respeito ao mérito e diziam que a ideia era muito boa, só que deveria ser constituída de outra forma, através duma resolução do Plano Diretor. Nós, Vereadores, entendemos que, mais do que uma resolução do Plano Diretor, uma alteração de uma lei vigente, de uma lei votada nesta Casa através de uma medida semelhante, isto é, de um projeto de lei legislativo, haveria de ser muito mais ampla, muito mais significativa e, sobretudo, incorporadora da representação popular que esta Casa, na sua inteireza, faz da vontade do povo de Porto Alegre em todos os seus matizes, em todos os segmentos, o que foi expresso, quando da votação, em um placar bastante expressivo, na medida em que 25 Vereadores aprovaram a proposição, e apenas três se manifestaram contrários.

Sr. Presidente, eu quero publicamente reconhecer essa capacidade do grande Vice-Prefeito de Porto Alegre de saber recuar numa proposta que, evidentemente, ele poderia insistir em sentido contrário.

Aliás, nós estamos fazendo aqui – eu quero cumprimentar o Ver. Kevin Krieger nesse sentido também – várias experiências nas quais nós, mesmo após as matérias serem vetadas, continuamos discutindo, tentando encontrar formas, brechas pelas quais elas possam ser mantidas. Muito provavelmente ainda hoje a gente tenha que reiterar esta posição de fazer alguns recuos ensejando alguns avanços. Vejam bem o paradoxo que pode parecer: fazer alguns recuos que ensejem alguns avanços, recuos nas ambições e avanços nas composições para que projetos aprovados nesta Casa que, eventualmente, sejam vetados possam ser corrigidos ou total ou parcialmente.

Por isso, Sr. Presidente, venho à tribuna para fazer justiça ao Vice-Prefeito, para dizer que a recomendação... Meu querido Ver. Alex, que foi contrário à matéria quando da votação, V. Exa. olhou o mérito, e as razões do Veto são de formalidade. E essas formalidades são inconsistentes. Então, respeitada a sua posição a sua posição quanto ao mérito, o que se discute agora é a competência ou não dos integrantes desta Casa, que no caso fui eu e, eventualmente, pode ser V. Exa., tem de propor matéria dessa ordem. Comprovadamente tem; é legal, é regimental, e no mérito é posição de cada um. O mérito pode ser discutido, agora, a Casa vai decidir, pura e simplesmente, o seguinte: é competente ou não o Parlamento de Porto Alegre legislar em matéria desta natureza? O ex-Vereador, o ex-Presidente da Casa, hoje Vice-Prefeito, chamado a este debate, concluiu junto conosco que o Legislador municipal tem competência, sim, Ver.ª Lourdes, para decidir sobre esta matéria. Podemos divergir quanto ao objetivo dela, mas nunca quanto à competência do Legislativo Municipal, do Parlamento de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para discutir o PLCL nº 016/15, com Veto Total.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde, eu gostaria de expor as razões do meu voto, que acontecerá na sequência. Quando discutimos o projeto do Ver. Reginaldo Pujol nesta Casa, eu talvez tenha sido uma das vozes mais enfáticas com relação a um posicionamento contrário a esta matéria. Sou morador da área, eu conheço a região, eu conheço aquelas vias públicas, eu moro bem pertinho da Estrada Gedeon Leite, e o aumento do índice de construções ali, a possibilidade de ampliar a área construída, vai gerar graves problemas ao local. O primeiro grave problema é que aquela via urbana não apresenta condições de trânsito para a construção, por exemplo, de acessos a um supermercado de maior porte. Então, isso vai complicar a vida daqueles que habitam aquela região. Outra coisa: não há em alguns pontos daquela área – essa área coberta justamente pelo projeto de lei do Ver. Reginaldo Pujol – sequer um acostamento para fazer a rodagem dos carros em marcha lenta, não há. Então, eu tentei demover o Ver. Reginaldo Pujol, na época, da ideia da retirada do projeto, e justamente agora vem um veto da Prefeitura a este projeto. Com relação às razões, Ver. Reginaldo Pujol, nós podemos analisar o mérito delas, mas eu não posso fugir da minha obrigação nesta Casa, que é zelar pelos interesses da população. E boa parte da população daquela região confiou seu voto a mim. Portanto, de acordo com os interesses daqueles que me trouxeram a esta Câmara Legislativa para representá-los, eu vou legislar, vou votar de acordo com os interesses do povo de Porto Alegre, e o povo de Porto Alegre que vive naquela região não quer o aumento desse índice construtivo. Enquanto não houver melhoria na qualidade das vias urbanas, enquanto não houver uma melhoria nas condições de trânsito naquela região, não dá para pensar em aumentar as construções na área. Se a Prefeitura tiver o interesse de fazer, de implementar essa política, tudo bem, vamos sentar, vamos conversar, vamos dar melhores condições àquela região. Do jeito que está, é uma irresponsabilidade aumentar o índice construtivo na Estrada Gedeon Leite. Portanto, vou votar favorável ao veto que veio do Paço Municipal, justamente pelos interesses dos moradores daquela região. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCL nº 016/15.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente, senhoras e senhores, eu estou, de uma lado, gratificada, de outro lado, espantada e quase escandalizada pelos agradecimentos que o Ver. Pujol faz aqui ao Vice-Prefeito Sebastião Melo, que volta atrás ao veto dado ao projeto de alteração do Plano Diretor. Eu não consigo compreender que uma negociação supere algo insuperável, como o que o Vice-Prefeito escreveu aqui e que nós dissemos desta tribuna, várias vezes, quando votamos contra essa alteração. O Vice-Prefeito escreveu. (Lê.): “Considerando que não observamos na instrução do processo, a comprovação da necessária manifestação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA) e nem realizamos audiência pública, requisitos necessários para dar legalidade à proposta, decido pelo encaminhamento de mensagem de VETO TOTAL por questões de legalidade e de interesse público.” Coberto de razão. Coberto de razão! Porque, senhores – aí apelo ao conjunto dos Vereadores –, não tem problema de nós alterarmos um regime urbanístico, se essa discussão for feita com a comunidade implicada. Não tem problema. Aqui tem uma mudança de grupo de atividade, e vou explicar para os senhores. (Lê.): “O Projeto de Lei Complementar em apreço tem por escopo alterar, no Grupamento de Atividades da Estrada Gedeon Leite, lado ímpar, no trecho compreendido entre a Avenida Edgar Pires de Castro e a Rua Ivo Walter Kern, o código de Grupamento de Atividades 01 (Áreas Predominantemente Residenciais) para 03 (Áreas Miscigenadas da categoria Mista 1).”

Então, Ver. Alex, de residencial praticamente vai para 3, e é um impacto importantíssimo, de presença de indústrias, de comércio, sem debate de volumetria, sem debate com a vizinhança, com os moradores da região, com o Conselho do Plano Diretor, sem audiência pública! Sendo que está na Lei Orgânica a previsão de audiência pública na alteração do Plano Diretor, está na própria lei do Plano Diretor. Como fica a proteção da cidadania, da moradia, do direito à ambiência se nós, na Câmara, fazemos essa alteração? E o ex-Vereador Sebastião Melo – talvez o Ver. Adeli talvez fale para trabalhar as outras partes do veto – coloca que não tem estudo técnico, diz que o procedimento é um estudo técnico. Primeiro, o encaminhamento, Ver.ª Fernanda, ao Conselho Municipal do Plano Diretor, debate com a população para fixar diretrizes para ocupação daquela área. Portanto, senhores, as razões que levam a vetar estão aqui. Eu me espanto de ver que o Governo Municipal, quando acerta – muitas vezes temos que vir aqui apontar os erros –, volta atrás e libera a base do Governo.

Gostaria de ver essa mesma flexibilidade num projeto estratégico como é o do PSOL, da transparência e da propaganda. Mas esse tema aqui, flexibilizar com direitos, flexibilizar com cidadania é inaceitável. Se nós fizemos aqui um ano de debates de Plano Diretor; constitui-se o Fórum das Entidades do Plano Diretor nesta Câmara; o esforço das comunidades de se reunir em cada região, de fazer projetos, de fazer propostas, de fazer alterações, de participar, neste plenário, de toda a votação do Plano Diretor, como se sentirá o Conselho? Como se sentirão as entidades? Como se sentirão os moradores se esta Câmara não só vota a alteração das suas vidas, do seu direito de ir e vir, mas ainda derruba o veto do Prefeito para manter uma mudança nesse grau na cidade de Porto Alegre? Não é possível que a Cidade da participação popular, a Cidade que convocou quatro Fóruns Sociais Mundiais, a Cidade que é conhecida no mundo! Esses dias um professor dava depoimento do outro lado do mundo que ao se identificar como oriundo da cidade de Porto Alegre... Ontem mesmo o Totonho Villeroy no show no Ocidente disse: “Puxa, lá em Paris eles tinham medo do Brasil. Quando eu dizia que era de Porto Alegre... o pessoal... mas... Porto Alegre”. Porto Alegre é a Cidade da participação, a Cidade da democracia. Isto aqui é rasgar esse título. E eu quero dizer, fraternalmente, Ver. Kevin Krieger, ao Prefeito Sebastião Melo – que é de fato o Prefeito da cidade de Porto Alegre – para que mantenha a sua palavra escrita, porque essa ele acertou em cheio, nessa aqui ele respeita o título da Cidade, respeita a cidadania e poderá seguir discursando... Ele não, porque quem mais vai fazer discurso no Exterior pela democracia participativa, por esta Cidade da participação e da democracia é o Prefeito Municipal Fortunati, é o Secretário Busatto. Escreveram e agora liberaram, negociaram, rasgaram essa história, rasgaram a Lei Orgânica, rasgaram o Plano Diretor, mas, pior do que isso: desrespeitaram os moradores da cidade de Porto Alegre. O meu voto é “não”! Não alteramos o Plano Diretor se nós não discutirmos com a cidadania. É o mínimo que a democracia representativa pode garantir aos cidadãos, que os representemos e não os substituamos, não subtraiamos a soberania popular. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal o PLCL nº 016/15, com Veto Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 16 votos SIM, 07 votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto Total.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): V. Exa. evidentemente decide com o Regimento. Em cima desse Regimento, considerando que, para derrubar o Veto se precisava de 19 votos e se chegou a 17 votos, eu requeiro a renovação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Ver. Reginaldo Pujol, não cabe a renovação de votação em apreciação de veto.

 

O SR. KEVIN KRIEGER (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, evidentemente, tem uma brecha no Regimento: se eu não posso ter a renovação da contagem, eu posso ter a recontagem.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Desculpe, não lhe entendi, Vereador, pode repetir, por favor?

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu quero, Sr. Presidente, se eu não tenho respaldo no Regimento para a renovação da votação, uma nova votação, eu peço a recontagem dos votos, porque nós estamos com um número de pessoas presentes, V. Exa. já consultou se queriam alterar o voto ou não? Se os votos de abstenção queriam ser alterados para “sim”? Há votos que não foram colhidos. O Ver. Nedel não teve oportunidade de votar, está aqui presente, é um dos 31 Vereadores presentes. Então, eu quero a recontagem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Ver. Reginaldo Pujol, consultando a nossa Diretoria Legislativa, nós tivemos o painel aberto pelo tempo regimental e não cabe recontagem de votos em votação nominal. Só caberia a verificação de votação se a votação tivesse sido simbólica. Então, infelizmente, o seu requerimento não tem amparo no nosso Regimento.

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, inconformado, farei recurso à Comissão de Constituição e Justiça para apreciar a matéria.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Com o maior prazer, encaminharemos.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Kevin Krieger. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) (Após a apuração nominal.) Não há quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 16h06min): Está encerrada a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2944/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 296/15, de autoria do Ver. Dr. Raul Fraga, que obriga a oferta de, no mínimo, 1 (um) posto de saúde 24h (vinte e quatro horas) por Gerência Distrital de Saúde no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0195/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 013/16, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que veda, em logradouros públicos, a instalação de monumentos que sejam arma de guerra, ou que a tenham como elemento principal.

 

PROC. Nº 0268/16 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/16, de autoria do Ver. Mendes Ribeiro, que inclui §§ 6º e 7º no art. 124 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) –, e alterações posteriores, dispondo sobre reserva de percentual do total das vagas de estacionamento em prédios públicos de qualquer dos três Poderes.

 

PROC. Nº 0279/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 017/16, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que altera o § 2º do art. 21 e a letra a das Condições de Trabalho do item X – Médico da Estratégia de Saúde da Família – do Anexo I da Lei nº 11.062, de 6 de abril de 2011 – que autoriza o Executivo Municipal a instituir, conforme determina, o Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (IMESF), revoga a Lei nº 10.861, de 22 de março de 2010, e dá outras providências –, estabelecendo carga horária para os médicos contratados para o IMESF.

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2738/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 264/15, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que cria a Guarda Municipal Especializada em Proteção aos Animais e dispõe sobre sua composição.

 

PROC. Nº 2936/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 294/15, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que concede o título de Cidadã de Porto Alegre à senhora Marli Aires Medeiros.

 

PROC. Nº 0281/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 018/16, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que declara de utilidade pública a Fundação São João de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência Social.

 

PROC. Nº 0348/16 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 014/16, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que altera o caput e seus incs. I e II e inclui als. e e f no inc. I do caput no art. 2º da Lei Complementar nº 662, de 7 de dezembro de 2010 – que institui o Conselho Municipal sobre Drogas (Comad), o Fórum Porto-Alegrense de Prevenção à Dependência Química e o Fundo do Conselho Municipal sobre Drogas (Fundo do Comad) e revoga a Lei Complementar nº 241, de 4 de janeiro de 1991 –, incluindo 4 (quatro) membros na composição do Comad.

 

O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, apenas para informar às pessoas que estão na galeria esperando a votação que nós encerramos a votação, o projeto dos fiscais ficou para segunda-feira?

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Perfeitamente. Ficam os Vetos, que agora estão trancando a pauta; os Vetos ficam para segunda-feira, serão os dois primeiros projetos a serem apreciados na Ordem do Dia.

 

 O SR. WALDIR CANAL: Serão os dois primeiros na segunda-feira. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Exatamente.

O Ver. Dr. Raul Fraga está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DR. RAUL FRAGA: Presidente, Ver. Cassio Trogildo; Vereadores, Vereadoras, todos os que nos assistem e nos visitam, neste período de Pauta eu venho trazer à apreciação dos colegas um projeto de minha autoria que se encontra ingressando em 1º Sessão de Pauta. Trata-se de um projeto que obriga o Município e Porto Alegre a ter, no mínimo, um posto de saúde 24 horas aberto todos os dias da semana em cada gerência distrital de saúde. Nós temos oito gerências distritais de saúde. Eu acredito que não é possível mais conviver com a falta de atenção à saúde que o Município insiste em manter a partir das 17 horas nos seus postos de saúde e também nos finais de semana. Está na hora de nós nos dedicarmos a amparar com dignidade as pessoas que tanto precisam do atendimento na saúde pública do nosso Município. E uma das formas, com certeza, é ampliando o atendimento nos postos de saúde 24 horas. Eu já coloquei anteriormente aqui um projeto, que, na realidade, eu acho que é o que deveria ter sido aprovado, mas infelizmente não foi aprovado por esta Casa, que é o que faz com que tenhamos um posto de saúde 24 horas aberto por região do Orçamento Participativo. Acho que temos que chegar lá, mas, como medida paliativa, poderíamos, num primeiro momento, trazer para a nossa comunidade de Porto Alegre, a possibilidade de, pelo menos, em cada gerência distrital de saúde, que nós tenhamos um posto de saúde aberto por 24 horas.

Hoje, quando vamos às nossas emergências públicas – e também às privadas – encontramos verdadeiras antessalas do inferno, com pessoas deitadas, sentadas de maneira inapropriada, se acotovelando, esperando exames, na expectativa de um leito que, muitas vezes, não vem, quando não passa a ser seu leito de morte, pela má atenção que o serviço público tem dado às nossas emergências com a falta de respaldo aos nossos leitos hospitalares. Ainda, por exemplo, uma informação do dia de hoje: nós temos um hospital em Porto Alegre com 163 pessoas na emergência, sendo que esta é projetada para atender 45 pessoas. Essas pessoas estão em estado grave, muitas delas esperando por uma cirurgia imediata que deveria ser realizada. E o que se ouve dos profissionais, daqueles que fazem o dia a dia dessas emergências, é que a qualidade de trabalho é extremamente difícil. As pessoas estão ali atendendo como se estivessem numa frente de guerra e não num hospital que deveria dar, pelo menos, minimamente, atenção e dignidade para a saúde das pessoas. Então, o que eu quero dizer é que eu acho que é um dever de todos nós, como Vereadores e Vereadoras, de Porto Alegre, nos debruçarmos sobre essa necessidade da saúde pública e, realmente, que façamos essa diferença. Porque pode não ser uma grande diferença, mas, com certeza, será uma diferença importante para muitas pessoas que moram, em especial, na periferia da nossa Cidade.

Não é mais possível que nós vejamos o que temos visto nas emergências hospitalares, pessoas de idade avançada, com filhos, com netos, tentando conseguir um leito com dignidade. Isso está sendo praticamente impossível. Nós temos hoje, por exemplo, nessa situação que eu falei, pessoas que estão há quatro dias na emergência, esperando por um leito hospitalar, já com seu plano terapêutico definido, e o que nós dessa Emergência é que ela diz que estão conseguindo colocar as pessoas em estado mais urgente e que estão lá esperando há oito dias. Para finalizar, eu queria deixar esta mensagem, pois devo sair da Casa agora ao final do mês, mas tenho certeza de que as minhas ideias ficarão com muitos colegas, que as defenderão com garra em prol da saúde pública da Cidade. Muito obrigado. Saúde para todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Apregoo o Memorando de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, nos termos do art. 227, §§ 6º e 7º do Regimento – justificativa de falta –, que comunica a sua participação como palestrante no fórum Extremo-Sul, Ciclo Mobilidade, em Rio Grande/RS, no dia 10 de março de 2016.

O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, subo à tribuna para falar do PLL nº 296/15, de autoria do Ver. Dr. Raul, que obriga a oferta de, no mínimo, um posto de saúde 24 horas por Gerência Distrital de Saúde no Município de Porto Alegre e dá outras providências – que volta a esta Casa em 1ª Sessão de Pauta. Este projeto tramitou nesta Casa no ano passado. Nesta semana, participei de uma discussão na COSMAM, com a presença do gestor do Grupo Hospitalar Conceição, o maior grupo hospitalar deste Estado, que fala da necessidade, assim como outros gestores de saúde da cidade de Porto Alegre e outros gestores de hospitais na cidade de Porto Alegre, da abertura dos postos de saúde no nosso Município até às 22h ou 24h para desafogar os hospitais, as UPAs, que são o pronto atendimento. Elas não são locais para as pessoas consultarem, não são locais para as pessoas terem atendimento; são locais para emergências – locais para as pessoas procurarem quando precisam de um atendimento de emergência – que hoje servem como atendimento normal, não como um pronto atendimento.

Nós temos um projeto nesta Casa, para o qual pedimos o art. 81, para que sejam abertos todos os postos, mas apoiamos essa experiência que tentamos, juntamente com o Dr. Raul, no ano passado, de estender para que cada região do Orçamento Participativo tenha um posto de saúde funcionando 24 horas. Isso é humanizar a questão da saúde no Município de Porto Alegre; isso é dar condições dignas à população de Porto Alegre; isso é dar dignidade às pessoas. Não podem os postos de saúde, na cidade de Porto Alegre, funcionar em horário bancário; não podem os postos de saúde, na cidade de Porto Alegre, ter horário de banco, funcionando das 9h ao meio-dia ou até às 17h. Saúde não tem horário. E os postos de saúde têm essa função de atendimento às pessoas, para evitar que essas pessoas fiquem usando as UPAs, para evitar que essas pessoas fiquem enchendo os hospitais. Por que a Prefeitura não faz essa experiência? Por que a Prefeitura se furtou, no ano passado, de aprovar esse projeto e fazer essa experiência? Orçamento para isso tem! Nós aprovamos emendas no Orçamento do Município para isso. Desde quando chegamos a esta Casa tem rubrica na LDO e na LOA. Por que a Prefeitura não faz? Por que a Prefeitura investe na terceirização, investe tanto em setores e não investe nisso?

 

O Sr. Dr. Thiago: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, excelente o pronunciamento de V. Exa. Quero só adendar que ao invés de não abrir postos 24 horas, o Município retrocede na assistência à saúde e fecha postos que atendiam até às 22h, como é o caso da UPA Belém Novo. E ontem, na Comissão de Direitos Humanos, V. Exa. viu o reflexo dessa desassistência à saúde, que é o que está estampado no Pronto Atendimento da Cruzeiro. Ou seja, a grande maioria dos pacientes que procuram as nossas UPAs, como V. Exa. falou, o Pronto Atendimento da Cruzeiro e o Pronto Atendimento da Bom Jesus, são pessoas que poderiam ser atendidas em postos de saúde, e não são porque os postos funcionam, como o senhor falou, em horário bancário, o que é um absurdo para a atenção à saúde em Porto Alegre.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Muito obrigado, Ver. Dr. Thiago, por esse aparte. Esperamos que esta Casa, a Casa do Povo de Porto Alegre, faça essa experiência, abra esses postos, um em cada região do OP, levando uma dignidade para a população de Porto Alegre. É o início para se trazer a experiência para a cidade de Porto Alegre de abrir as suas Unidades Básicas de Saúde até as 24 horas. A população de Porto Alegre precisa de saúde, precisa de medidas urgentes para a saúde, porque a população de Porto Alegre está doente, ela não pode somente chegar na UPA, ela não pode somente chegar nas emergências de hospitais; ela precisa da saúde básica, do Programa de Saúde da Família e precisa das Unidades Básicas de Saúde abertas e à sua disposição. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Muito obrigado, Sr. Presidente, meus colegas Vereadores e Vereadoras, há dois projetos que gostaria de comentar aqui. Primeiro, este projeto do Ver. Dr. Raul, que é médico e que atua como médico social na cidade de Porto Alegre, e que se preocupa com uma realidade, que são os postos de saúde 24 horas dentro das diversas regiões distritais da cidade de Porto Alegre. E aqui vou recapitular um debate que fizemos com outro Raul, que era o Raul Fraga, na primeira gestão do Fogaça quando discutíamos levar o hospital para a Restinga, que era um projeto concebido lá na Administração Popular e que graças a um trabalho feito pelo Presidente Lula, um decreto que criou uma nova filantropia, a partir do Hospital da Restinga, onde se previa que a filantropia deveria ser aplicada em novos projetos, inclusive investindo em educação e pesquisa. O quanto mudou aquela região, tendo ali esse hospital, que é uma porta de entrada de emergência funcionando 24 horas por dia. Então, há significativamente essa mudança no trato com as comunidades da periferia. Eu lembro ainda, discutindo com o Raul, era o Dr. Pedro Gus o Secretário da Saúde lá da Administração Fogaça, e o Raul Martins dizia: “Não, não precisa hospital lá naquela região.” Aí eu disse para ele, eu lembro a frase que eu repeti: “Bom, que não seja o senhor que esteja lá na Estrada do Cantagalo no mês de julho, chovendo, temperatura de 0º C, que tenha um ataque cardíaco e que a pessoa não tenha carro, porque lá não tem ônibus, não tem táxi, não tem lotação. E, se a pessoa não tiver carro, como a região é rarefeita, tem que sair à procura de um vizinho que possa trazer. Mesmo que tenha táxi, os telefones não funcionam naquela região, não tem sinal. Até chegar ao pronto-socorro mais próximo, nosso HPS ou mesmo o Hospital Parque Belém, que não tinha esse pronto-socorro, deu uma hora e meia, se for tudo bem. E o senhor, que é médico, sabe o que significa uma hora e meia quando há um problema sério de saúde, seja um aneurisma, seja um derrame, seja um ataque cardíaco, seja qualquer outro ataque ou situação de emergência aguda em uma família ou uma criança que acaba desmaiando e os pais não sabem a causa”.

Então, com relação a este seu projeto, eu creio que nós precisaríamos fazer uma discussão na cidade de Porto Alegre e o Prefeito Fortunati e o Vice-Prefeito Melo teriam que sinalizar politicamente que nós podemos construir este projeto. Porque nós construímos bons projetos aqui, nesta Casa, que depois são vetados, sempre com a desculpa de que não tem recursos. Bom, retira-se recurso que é pago para as grandes empresas de comunicação, mídia, e vão milhões e milhões; dá para manter os postos de saúde abertos. Inclusive, eu lhe sugiro, Ver. Dr. Raul Fraga, se o problema apontado aqui, que sempre aponto, a falta de recursos, vamos apontar que o dinheiro destinado à mídia e às grandes empresas midiáticas seja destinado aos postos de saúde 24 horas. Até porque eu acho que ninguém vai se opor a isso, nem mesmo esses grandes cartéis da mídia deveriam se opor. O segundo projeto que quero comentar hoje aqui é um projeto do meu colega Alberto Kopittke – que sai desta Casa, por opção, e assume a Secretaria de Segurança da cidade de Canoas, a partir de hoje –, o PLL nº 013/16, que veda, em logradouros públicos, a instalação de monumentos que sejam arma de guerra. Como o Brasil, até hoje, é um país que cultua a paz, nós temos que defender cada vez mais que a nossa sociedade mantenha uma cultura de paz, símbolos de guerra sendo expostos em vias públicas obviamente fazem referência à guerra, referência a situações desnecessárias. O Ver. Paulo Brum e eu, no primeiro mandato, aprovamos um projeto de lei, hoje é lei municipal, apesar de não ser cumprida – estiveram aqui os fiscais...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. ENGº COMASSETTO: ...A lei proíbe brinquedos representando armas de guerra; é uma lei, está proibido em Porto Alegre, mas as lojas todas vendem. Então quero, Sr. Presidente, fazer referência a esses dois projetos que entendo que sejam dois bons projetos para o diálogo na cidade de Porto Alegre. Um grande abraço, muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Não temos mais nenhum Vereador inscrito para discutir a Pauta. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

(Encerra-se a Sessão às 16h26min.)

 

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